
Se Christopher
Nolan pode fazer referência à parábola de Lázaro para ilustrar sua história,
permita-me então dizer que o diretor mais parece encarnar o personagem Ícaro em
seu novo filme. Ok, ele abusa menos dos clímaces superdilatados de meia hora
com a ação dividida em diversas localidades do que em outros filmes, mas ele
nunca tinha feito um filme tão longo, com tantas estrelas, tantos efeitos
especiais, numa escala tão grande ou com tantos detalhezinhos e problemas para
o protagonista. Para não sair do campo das mitologias, a jornada do
piloto/fazendeiro Coop pode ser comparada também à de Ulisses na Odisseia, que, assim como todos os
outros protagonistas dos últimos filmes de Nolan, enfrentam mil tormentos para reestabelecer
o contato [...]