
Duas cadeiras à
minha direita no cinema, uma menina de uns 20 anos se sentou confortavelmente,
e depois de vestir uma meia três-quartos e um casaco, guardou o celular no
suporte que supostamente devia servir para copos. Quando seu celular vibrava (e
acendia!) ou quando o filme dava uma desacelerada, ela parava pra checar e trocar
mensagens, e às vezes nem assim, parecendo ter tido a impressão de que ele
tinha vibrado sem isso ter acontecido. Num mundo em que isso é visto como uma
ação quase normal e corriqueira, a sociedade futurista onde Ela se passa não parece tão distante
assim, o que pode tornar a visão de um mundo emocionalmente e afetivamente aleijado
menos surpreendente, porém mais assustadora.
No mundo em
questão, os sentimentos [...]