O que mais
salta os olhos logo no início de Vício Inerente é o fato do novo filme
de Paul Thomas Anderson parece ter saído direto de uma fantasia febril de um
hippie decadente do início da década de 1970 (depois de Charles Manson ter
manchado o sonho da geração Flower Power com violência e loucura em
1969). Todos os sinais clássicos de paranoia (da geração) hippie estão lá: os
vilões que matam com overdoses de heroína como no clássico do blaxploitation Coffy
(Jack Hill, 1973), os próprios traficantes de heroína colocados como
pessoas “do mal”, os negros militantes do Partido dos Panteras Negras ou de
algum outro movimento de nacionalismo negro, os policiais (brancos) corruptos,
a sensação de que o governo ou o FBI estão perseguindo as pessoas [...]